Morre lentamente quem não viaja, Quem não lê, Quem não ouve música, Quem não encontra graça em si mesmo. Morre lentamente quem destrói seu amor próprio, Quem não se deixa ajudar, Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito Repetindo todos os dias os mesmos trajetos. Quem não muda de marca, Não se arrisca a vestir uma nova cor Ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem evita uma paixão E seu redemoinho de emoções, Justamente as que resgatam o brilho dos olhos E os corações aos tropeços. Morre lentamente quem não vira a mesa Quando está infeliz com o seu trabalho ou amor, Quem não arrisca o certo pelo incerto Para ir atrás de um sonho. Quem não se permite Pelo menos uma vez na vida, Fugir dos conselhos sensatos... Viva hoje! Arrisque hoje! Faça hoje! Não se deixe morrer lentamente! Não se esqueça de ser feliz! (Pablo Neruda)
"Gosto de quem tem compromisso com a alegria, que procura relativizar as chatices diárias e se concentrar no que importa pra valer, e assim alivia o seu cotidiano e não atormenta o dos outros. Mas não estando alegre, é possível ser feliz também. Não estando "realizado", também. Estando triste, felicíssimo igual. Porque felicidade é calma. Consciência. É ter talento para aturar o inevitável, é tirar algum proveito do imprevisto, é ficar debochadamente assombrado consigo próprio: como é que eu me meti nessa, como é que foi acontecer comigo? Pois é, são os efeitos colaterais de se estar vivo." - Martha Medeiros -
"Tem gente que Deus coloca na nossa vida só pra nos dar paz. Que nos empurra pro melhor de nós, que nos guia pro caminho do bem. Gente que é sorriso em dia feio, que é suporte quando parece faltar chão. Tem gente que pensa e repensa jeitos de nos fazer bem, que se preocupa e demonstra.Gente que é abraço, mesmo de longe, e a certeza que tudo vai dar certo.Que empresta coração pra gente morar, que planta pensamentos bonitos nos dias da gente…"
"Para você, desejo o sonho realizado. O amor esperado. A esperança renovada. Para você, desejo todas as cores desta vida. Todas as alegrias que puder sorrir. Todas as músicas que puder emocionar. Desejo que os amigos sejam mais cúmplices, que sua família esteja mais unida, que sua vida seja mais bem vivida. Gostaria de lhe desejar tantas coisas. Mas nada seria suficiente... Então, desejo apenas que você tenha muitos desejos. Desejos grandes e que eles possam te mover a cada minuto, ao rumo da sua felicidade." Carlos Drummond de Andrade -
O que acham se delirarmos um pouquinho? O que acham se fixarmos
nossos olhos mais além da infâmia, para imaginar outro mundo possível.
O ar estará limpo de
todo o veneno que não venha dos medos humanos e das humanas paixões;
Nas ruas, os carros serão esmagados pelos cães;
As pessoas não serão mais dirigidas pelos carros, nem serão programadas
pelo computador, nem serão compradas por supermercados, nem também assistidas
pela TV;
A TV deixará de ser o membro mais importante da família e
será tratada como um ferro de passar ou máquina de lavar roupa;
Será incorporado aos códigos penais o crime de estupidez
para aqueles que cometem viver por dinheiro e ganância ao invés de viver para
viver simplesmente, assim como canta o pássaro sem saber que canta e como
brinca a criança sem saber que brinca;
Em nenhum país serão presos rapazes que se negam a prestar o
serviço militar se não os que queiram prestá-lo.
Ninguém viverá para trabalhar, todos trabalharemos para viver;
Os economistas não chamarão mais o nível de vida de nível de
nível de consumo e nem chamarão de qualidade de vida a quantidade de coisas
acumuladas;
Os cozinheiros não mais acreditarão que as lagostas amam ser
fervidas vivas;
Os historiadores não mais acreditarão que os países gostam
de ser invadidos e os políticos não acreditarão que os pobres adoram comer
promessas;
A solenidade deixará de ser considerada virtude;
E Ninguém, ninguém levará a sério alguém que não seja capaz
de tirar sarro de si mesmo;
A morte e o dinheiro perderão seus poderes mágicos e nem por
falecimento e nem por fortuna um canalha se tornará um virtuoso cavalheir;o
A comida não será uma mercadoria nem a comunicação um
negócio, porque a comida e a comunicação são direitos humanos;
Ninguém morrerá de fome, porque ninguém morrerá de
indigestão;
As crianças de rua não serão mais tratadas como lixo, porque
não haverá mais crianças de rua, as crianças ricas não serão tratadas como se
fossem dinheiro, porque não haverá crianças ricas;
A educação não será privilégio daqueles que podem pagá-la;
A polícia não será a maldição de quem não possa comprá-la;
A justiça e a liberdade, irmãs siamesas, condenadas a viver
separadas, serão novamente juntas de volta, bem grudadinhas, costas com costas;
Na Argentina, as “Loucas da Plaza de Mayo” serão um exemplo
de saúde mental, porque elas se negaram a esquecer nos tempos da amnésia
obrigatória;
A Santa Madre Igreja corrigirá alguns erros das escrituras
de Moisés, e o sexto mandamento mandará festejar o corpo. A igreja também realizará outro mandamento que
Deus havia esquecido: “Amarás a natureza da qual fazes parte”;
Serão reflorestados os desertos do mundo e os desertos da
alma;
Os desesperados serão esperados e os perdidos serão
encontrados, porque eles são os que se desesperaram de tanto esperar e eles se
perderam de tanto procurar;
Seremos compatriotas e contemporâneos de todos os que tenham
vontade de beleza e vontade de justiça, hajam nascido quando hajam nascido e
tenham vivido onde tenham vivido, sem se importarem nem um pouquinho com as
fronteiras do mapa e ou do tempo,
Seremos imperfeitos porque a perfeição continuará sendo um
privilégio aborrecido dos Deuses, mas neste mundo, neste mundo trapalhão e
fodido, seremos capazes de viver cada dia como se fosse o primeiro e cada noite
como se fosse a última.
O Tempo passa. A vida acontece. A distância separa. As crianças crescem.
Os empregos vão e vêm. O amor fica mais frouxo. As pessoas não fazem o que deveriam fazer. O coração se rompe. Os pais morrem. Os colegas esquecem os favores. As carreiras terminam.
Mas.... os verdadeiros amigos estão lá,
Não importa quanto tempo e quantos quilômetros estejam entre vocês. Um amigo nunca está mais distante
do que o alcance de uma necessidade,
torcendo por você,
intervindo a seu favor
e esperando você de braços abertos;
abençoando sua vida!
Todos nós, quando iniciamos esta aventura chamada vida, não sabíamos das incríveis alegrias
ou tristezas que estavam adiante, nem sabíamos o quanto precisaríamos uns dos outros.
A amizade não se resume só em horas boas, alegria e festa.
Amigo é para todas as horas, boas ou ruins, tristes ou alegres.
"O bem querer, esse sentimento pouco reconhecido. Claro, existe a paixão, que arde em brasa, enlouquece, dá cor e emoção pra nossa rotina besta. Sim, existe o amor também, essa coisa cheia de compaixão e respeito, que pode nascer da paixão, da amizade ou dos laços sanguíneos. Mas o bem querer, ah, o bem querer... esse sim. Tão simples, tão completo. Ele pode existir ao mesmo tempo, com o amor, a amizade, a paixão, o laço sanguíneo. Não tem tempo ruim pro bem querer. É legal pacas. É legal pacas porque a base do bem querer é essa: querer bem. Você quer o bem da outra pessoa, ponto. Não quer ela pra você. Com você. Por você. Você quer o bem da outra pessoa. Ponto. Mais que amor, mais que paixão, mais que amizade, mais que laço sanguíneo. E ao mesmo tempo paixão, amor, amizade e laço sanguíneo. Bem querer." Eterno. (Desconheço o Autor, infelizmente)
Belo texto sobre a maternidade. Na verdade, perfeito! Vale a pena a leitura.Infelizmente, não identifiquei o/a Autor/a.
“Estávamos sentadas almoçando, quando minha filha casualmente menciona que ela e seu marido estão pensando em 'começar uma família'.
'Nós estamos fazendo uma pesquisa', ela diz, meio de brincadeira. 'Você acha que eu deveria ter um bebê?'
Vai mudar a sua vida' eu digo, cuidadosamente mantendo meu tom neutro.
'Eu sei' ela diz, 'nada de dormir até tarde nos finais de semana, nada de férias espontâneas.. .'
Não foi nada disso que eu quis dizer. Eu olho para a minha filha, tentando decidir o que dizer a ela. Eu quero que ela saiba o que ela nunca vai aprender no curso de casais grávidos. Eu quero lhe dizer que as feridas físicas de dar à luz irão se curar, mas que tornar-se mãe deixará uma marca emocional tão exposta que ela estará para sempre vulnerável.
Penso em alertá-la que ela nunca mais vai ler um jornal sem se perguntar 'E se tivesse sido o MEU filho?' Que cada acidente de avião, cada incêndio irá lhe assombrar. Que quando ela vir fotos de crianças sofrendo, ela se perguntará se algo poderia ser pior do que ver seu filho sofrer.
Olho para suas unhas com a manicure impecável, sua roupa estilosa e penso que não importa o quão sofisticada ela seja, tornar-se mãe irá reduzi-la ao nível primitivo da ursa que protege seu filhote. Que um grito urgente de 'Mãe!' fará com que ela derrube um suflê na sua melhor louça sem hesitar nem por um instante.
Eu sinto que deveria avisá-la que não importa quantos anos ela investiu em sua carreira, ela será, de certa forma, arrancada dos trilhos profissionais pela maternidade. Ela pode conseguir uma escolinha, uma ótima babá... mas um belo dia ela entrará numa importante reunião de negócios e pensará no cheiro do seu bebê. Ela vai ter que usar cada milímetro de sua disciplina para evitar sair correndo para casa, apenas para ter certeza de que o seu bebê está bem.
Eu quero que a minha filha saiba que decisões do dia a dia não mais serão rotina. Que a decisão de um menino de 5 anos de ir ao banheiro masculino ao invés do feminino no McDonald's se tornará um enorme dilema. Que ali mesmo, em meio às bandejas barulhentas e crianças gritando, questões de independência e gênero serão pensadas com profundidade.
Não importa o quão assertiva ela seja no escritório, ela se questionará constantemente como mãe.
Olhando para minha atraente filha, eu quero assegurá-la de que o peso da gravidez ela perderá eventualmente, mas que ela jamais se sentirá a mesma sobre si mesma. Que a vida dela, hoje tão importante, terá um valor diferente quando ela tiver um filho. Que ela a daria num segundo para salvar sua cria, mas que ela também começará a desejar por mais anos de vida – não para realizar seus próprios sonhos, mas para ver seus filhos realizarem os deles.
O relacionamento de minha filha com seu marido irá mudar, mas não da forma como ela pensa. Eu queria que ela entendesse o quanto mais se pode amar um homem que tem cuidado ao passar pomadinhas num bebê ou que nunca hesita em brincar com seu filho. Eu acho que ela deveria saber que ela se apaixonará por ele novamente por razões que hoje ela acharia nada românticas.
Eu gostaria que minha filha pudesse perceber a conexão que ela sentirá com as mulheres que através da história tentaram acabar com as guerras, o preconceito e com os motoristas bêbados.
Eu espero que ela possa entender porque eu posso pensar racionalmente sobre a maioria das coisas, mas que eu me torno temporariamente insana quando eu discuto ameaças para o futuro de meus filhos.
Eu quero descrever para minha filha a enorme emoção de ver seu filho aprender a andar de bicicleta...
Eu quero mostrar a ela a gargalhada gostosa de um bebê que está tocando o pelo macio de um cachorro ou gato pela primeira vez...
Eu quero que ela prove a alegria que é tão real que chega a doer...
O olhar de estranheza da minha filha me faz perceber que tenho lágrimas nos olhos.
'Você jamais se arrependerá', digo finalmente.
Então estico minha mão sobre a mesa, aperto a mão da minha filha e faço uma prece silenciosa por ela, e por mim, e por todas as mulheres meramente mortais que encontraram em seu caminho este que é o mais maravilhoso dos chamados. Este presente abençoado de Deus... que é ser Mãe.”
sábado, 16 de fevereiro de 2013
Maravilhas da Natureza...leveza
Abençoadas sejam as surpresas risonhas do caminho. As belezas que se mostram sem fazer suspense. As afeições compartilhadas sem esforço. As vezes em que a vida nos tira pra dançar sem nos dar tempo de recusar o convite. As maravilhas todas da natureza, sempre surpreendentes, à espera da nossa entrega apreciativa. A compreensão que floresce, clara e mansa, quando os olhos que veem são da bondade. Abençoados sejam os presentes fáceis de serem abertos. Os encantos que desnudam o erotismo da alma. Os momentos felizes que passam longe das catracas da expectativa. Os improvisos bons que desmancham o penteado arrumadinho dos roteiros da gente. Os diálogos que acontecem no idioma pátrio do coração. Abençoada seja a leveza, meu Deus. Ana Jácomo
Nós bebemos demais, fumamos demais, gastamos sem critérios, dirigimos rápido demais, ficamos acordados até muito mais tarde, acordamos muito cansados, lemos muito pouco, assistimos TV demais e rezamos raramente. Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos nossos valores. Nós falamos demais, amamos raramente, odiamos freqüentemente. Aprendemos a sobreviver, mas não a viver; adicionamos anos à nossa vida e não vida aos nossos anos. Fomos e voltamos à Lua, mas temos dificuldade em cruzar a rua e encontrar um novo vizinho. Conquistamos o espaço, mas não o nosso próprio. Fizemos muitas coisas maiores, mas pouquíssimas melhores. Limpamos o ar,mas poluímos a alma; dominamos o átomo, mas não nosso preconceito; escrevemos mais, mas aprendemos menos; planejamos mais, mas realizamos menos. Aprendemos a nos apressar e não a esperar. Construímos mais computadores para armazenar mais informação, produzir mais cópias do que nunca, mas nos comunicamos menos. Estamos na era do 'fast-food' e da digestão lenta; do homem grande de caráter pequeno, lucros acentuados e relações vazias. Essa é a era de dois empregos, vários divórcios, casas chiques e lares despedaçados. Essa é a era das viagens rápidas, fraldas e moral descartáveis, das rapidinhas, dos cérebros ocos e das pílulas "mágicas". Um momento de muita coisa na vitrine e muito pouco na despensa. Uma era que leva essa carta a você, e uma era que te permite dividir essa reflexão ou simplesmente clicar 'delete'. Lembre-se de passar tempo com as pessoas que ama, pois elas não estarão por aqui para sempre. Lembre-se dar um abraço carinhoso num amigo, pois não lhe custa um centavo sequer. Lembre-se de dizer "eu te amo" à sua companheira(o) e às pessoas que ama, mas, em primeiro lugar, ame... Ame muito. Um beijo e um abraço curam a dor, quando vêm de lá de dentro. O segredo da vida não é ter tudo que você quer, mas AMAR tudo que você tem! Por isso, valorize o que você tem e as pessoas que estão ao seu lado. George Carlin
Trago dentro do meu coração, Como num cofre que se não pode fechar de cheio, Todos os lugares onde estive, Todos os portos a que cheguei, Todas as paisagens que vi através de janelas ou vigias, Ou de tombadilhos, sonhando, E tudo isso, que é tanto, é pouco para o que eu quero. Álvaro de Campos
Eu não tenho filosofia: tenho sentidos… Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é, Mas porque a amo, e amo-a por isso, Porque quem ama nunca sabe o que ama Nem sabe por que ama, nem o que é amar… Amar é a eterna inocência, E a única inocência é não pensar…
"Sim… uma cidade é uma cidade, uma mulher é uma mulher. E Paris… além de ser uma cidade, além de ser fêmea e amante do Sena que a abraça sinuosamente, é também fértil de espaços culturais diferentes, que a povoam a cada inverno apenas para aquecer a alma dos seus habitantes educados, mal educados, fumantes, limpos ou apenas perfumados. Paris é Paris.
Objeto de desejo de muitos, cidade celebrada pela poesia, pelas artes, pelas universidades, pelas músicas e até pelo simples pãozinho. Mal afamada pelas baforadas de cigarro dos seus citadinos, pela falta de educação e pouca higiene, pelo desdém ao que não é idiomaticamente correto.
Melhor imitar Godard. Paris é Paris!" (Tatyana Mabel)
sábado, 2 de fevereiro de 2013
Então é isso, não tem mais jeito, acabou, boa sorte...
Renan e Santa Maria:
como mudar o Brasil para melhor, mantendo o que temos de pior. http://noticias.r7.com/blogs/andre-forastieri
A eleição de Renan Calheiros para presidente do Senado causa
revolta. Não há porquê tanto choque. Não é pior que Sarney, Maluf, Collor, ou tantos
outros políticos que dão sustentação para o governo de Dilma, e deram para o de
Lula. Também não é pior que Antonio Carlos Magalhães ou outros do mesmo
quilate, que viabilizaram os mandatos de Fernando Henrique Cardoso.
Em brincadeira de gente grande não tem santo. Você vai pra
guerra com as armas e os aliados que consegue. Churchill tinha quase mais nojo
de Stálin, seu aliado, do que de Hitler, seu arqui-inimigo. Vale também para
empresas, aliás. Business is war.
Agora, quem vai negar que tivemos avanços nos últimos vinte
anos? Controlamos a inflação. A mortalidade infantil caiu. Mais gente tem
acesso a sapato, xampu, iogurte e um diploma universitário. O Brasil se tornou
um ator global. A consultoria Price Waterhouse garantiu neste começo do ano:
nosso país é o terceiro melhor do mundo para as empresas investirem, atrás só
dos Estados Unidos e China.
Deveríamos ter avançado mais neste período, claro. Mas não
tem como tapar o sol com a peneira. O Brasil melhorou muito nestas duas décadas
de políticas de alianças. Desde o final da ditadura, todos os governos juntaram
alhos com bugalhos num grande balaio, amorfo e amoral. O PSDB, partido de
oposição, fundado por políticos com histórico de resistência ao regime militar,
atravessou o rubicão quando selou a aliança com o PFL, herdeiro político da
Arena.
Essa política, que permite e recompensa os Renans, mudou o
Brasil para melhor. A questão, e é uma questão dramática e urgente, é que é
essa política não muda o principal, que é a cultura do país. Pelo contrário, é
gasolina na fogueira. Se nossos eleitos aceitam bandidos como companheiros de
cama e mesa, porque não você ou eu? Se as regras não valem pra quem tem
dinheiro e influência, a única atitude racional é fazer qualquer coisa pra
enricar.
Também é um modelo concentrador de riqueza. O Brasil tem
pobres menos pobres que há vinte anos, mas tem ricos muitíssimo mais ricos. Se
a maior fatia da riqueza está nas mãos do governo, e de empresas beneficiadas
pelo governo, a impunidade é certeza e a injustiça é cotidiana. Pode prender os
músicos e os donos da boate. Outros incêndios virão.
Aqui ou em qualquer canto do planeta, os melhores países
para viver, onde o governo funciona melhor, são os países em que as riquezas
são melhor distribuídas. Em que um número maior de empresas pequenas representa
o coração da economia, e são o motor de geração de empregos.
Em que a distância entre a base e o topo da pirâmide é uma
estilingada. No sistema dominante no planeta - vamos chamar de capitalismo? - a
única liberdade de fato vem da riqueza. Não só para o indivíduo, mas para a
comunidade, e a nação. Quanto mais pobres tem um país, menos poder e menos
poder de pressão tem seu povo, como um todo. E menor a liberdade de expressão,
porque a imprensa é sustentada por poucos. Vale para Estados e regiões. Compare
São Paulo com o Maranhão, ou o Leblon com a Favela da Maré.
Não estamos sós. Os BRICS estão cada vez mais ricos. Mas só
os ricos apitam nestes países. Está sendo criada uma nova aristocracia
empresarial-governamental, a cobra comendo o rabo. Há quem diga que a saída é a
educação. Os russos tem alto nível educacional. A Rússia está há anos nas mãos
de um brucutu da KGB e de uma elite plutocrata.
Educação não é o que você diz, é o que você faz. Só se educa
por exemplo. Não adianta um povo com mestrado, e todas as apostilas garantirem
que o crime não compensa, se os Renans continuam se dando bem.
Renan é só uma engrenagem na máquina. ACM, por exemplo, era
bem mais importante. Morre um, nasce outro. Sempre vai ter alguém lá no alto
para dizer ele é bandido, mas é o nosso bandido. E assim esses picaretas
continuam ganhando carta branca para aprontar, porque fundamentais para o projeto
de poder do momento. E é isso que o Brasil ensina para seus filhos.
Não dá pra mudar tudo do dia para noite. Mas as mudanças que
buscamos tem que ser de verdade. Há que meter a mão no vespeiro. Não basta
boquejar contra Renan. Nem brigar para tirar Renan, e pôr outro igual no lugar.
Os beneficiados por este estado das coisas vão lutar para que as coisas
permaneçam como são.
Em um País em que a presidente tem 80% de aprovação da
população, não precisava ser assim. Dilma tem cacife para liderar dando o
exemplo. Bancou Renan lá. É a política de sempre, que está mudando o país para
melhor, mantendo o que há de pior no País.
Mudar de verdade requer intransigência, radicalismo, coragem
moral. Renan só é importante de uma maneira: sua eleição é um perfeito exemplo
de tudo que há de errado no nosso país. Enquanto as regras não valerem para
todos, a compra de votos, eleições, pareceres, benesses, fortunas, monopólios e
alvarás é inevitável. Novas Santas Marias são inevitáveis.
Permitir o mal em prol de um suposto bem maior é
mais que imoral: é garantia de desgraça. Os meios modificam os fins...:(